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sexta-feira, 27 de outubro de 2017

País falido vende tudo






Temos dois países: o BraZil (dos que acham que fazem parte do primeiro mundo) e o BraSil (dos que sentem na pele a realidade como ela é). 

Sendo civilizada, toda a discussão/reivindicação é válida e bem-vinda, mas não pode pender somente para um lado e servir de “manto midiático” para desviar a atenção (ocultando, assim, as falcatruas e negociatas que estão destruindo o país). 

Ah, é verdade... Esqueci de falar do Bra$il... Sim, tem esse também, mas já foi quase totalmente vendido por preço de banana. Não resta muita coisa. Agora, vão vender o pré-sal para os estrangeiros. Pois que vendam toda essa porcaria de petróleo de uma vez! Era isso que os estrangeiros tanto queriam. Que levem; já fizeram o estrago que podiam ter feito no país. No planeta inteiro, onde há petróleo, houve exploração, guerra e/ou miséria. É um “tesouro” maldito. Assim como outros: ouro, pedras preciosas, minerais... 

Anotem aí: A próxima grande disputa mundial será por recursos hídricos. O Brasil já foi mapeado por grandes multinacionais interessadas em privatizar a água doce (principalmente, as nascentes). E vão conseguir isso, porque já provamos que também somos incompetentes nessa área de manutenção/conservação dos nossos rios, lagos etc.

Como já nos “aconselhavam” no início dos anos 1980 a durona Margaret Thatcher e o presidente francês François Mitterrand: ora, se não somos competentes para administrar o país, temos que começar a abrir mão das nossas riquezas e do nosso terrirório.

“Em 1983, a então premiê britânica Margareth Thatcher compactuou com os rumores de internacionalização de parte do território brasileiro, ao declarar: ‘Se os países subdesenvolvidos não conseguem pagar suas dívidas externas, que vendam suas riquezas, seus territórios e suas fábricas’. Alguns anos depois, o presidente francês, François Mitterrand, fez coro: ‘O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia’.” (Revista Superinteressante, https://super.abril.com.br/ideias/os-gringos-querem-a-amazonia/#) 

Os dois receberam muitas críticas na época por terem feito tais declarações. Mas hoje vemos que tinham razão. Imaturos e irresponsáveis, precisamos de “tutores”, como acontece com os incapazes que herdam grandes fortunas – e, apesar de tutelados, acabam perdendo tudo e/ou se tornam escravos da riqueza que eles não sabem cuidar. 





quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Muy niños, pero más libres




Domingo passado, assistimos a este filme argentino: Esteros, rodado em Passo de los Libres (fronteira com Uruguaiana, minha terra natal). É muito singelo, tão puro e simples como as melhores lembranças que a gente tem da puberdade/adolescência. Óbvio, se tivesse sido uma produção brasileira, seria hoje apedrejado pelos moralistas de plantão. Diriam que é propaganda de sexo entre menores, incentivo à homossexualidade, filme para excitar pedófilos, enfim, toda aquela ladainha da indústria do pecado – aliás, cada vez mais próspera.

Ora, mesmo que platônico e/ou sem sexo, quem não teve uma primeira paixão nessa idade? Quem não deu aquele beijinho escondido? Quem não brincou de médico? Quem, lá dos Pampas, já não tomou banho de açude? Eu tomei até pelado, claro. Era muito bom. Ah, é verdade... tinha o problema das sanguessugas. Tive sorte; nunca vieram em mim. Nem elas me quiseram...

Esteros está disponível na NET.

Para os parentes e amigos da fronteira, esse filme vai tocar no coração de modo mais intenso. Ir para Libres era um passeio obrigatório para todos nós. Comprar patins, então, o sonho da maioria da minha geração. Embora mostrem poucas cenas em plano geral, dá para ver um pouquinho da cidade. Aparece até o carnaval dos correntinos. Houve um tempo em que o carnaval de rua deles era tão bom quanto o de Uruguaiana, que é famoso (às vezes, até superava o nosso). Lança-perfume à vontade (que já era proibido no Brasil).

É, o Brasil e os seus freios! 

Se proibição desse algum resultado positivo, seríamos uma potência imbatível. 

Mas, voltando... Como eu disse, o filme e a trama são bem simples (quase clichê de romance proibido). As imagens vão pegar mais na nossa memória...

Tem participação de atores brasileiros.


terça-feira, 24 de outubro de 2017

Por que uso um sobrenome e não outro?




Algumas pessoas (do Sul, principalmente) costumam me perguntar isso. 

Vamos lá... 

Com pouco mais de 19 anos, quando escrevi para cinema pela primeira vez (e meu nome teria que ir para os créditos de “argumento e roteiro”), o diretor me disse que ”Felipe Tavares” ou “Felipe Freitas” eram uma porcaria para cinema. “João”, eu mesmo não queria, porque nunca me identifiquei com esse primeiro nome. Aliás, não gosto de nomes compostos. Daí, já sem muita paciência, ele esbravejou:

“Deixe de frescura! Esse nome de batismo serve para médico, advogado, professor, qualquer outra coisa, mas não é forte para artista.”

E discutimos quase uma madrugada inteira (sim, esse diretor só trabalhava das 21h até as 6h do dia seguinte). E só via o sol nesse primeiro momento da manhã. Depois dormia. Acordava à noite. Era um vampiro.

Então adotei um dos sobrenomes da minha avó paterna, Isabel.

Para facilitar, aqui vai um pouquinho da minha árvore genealógica (apenas sobrenomes para evitar “clonagens” de documentos):

Avós por parte de mãe: Fioravante, era o sobrenome da minha avó; Freitas, do meu avô.

Avós por parte de pai: Greco era o sobrenome da mina avó; Nunes Tavares, os do meu avô.

Deles, vieram meus pais e meu sobrenome de registro: “de Freitas Tavares”.

Minha avó por parte de pai era surda, vivia em um mundo que era só dela (e isso me fascinava). Ralhava comigo por eu comer muito limão. Não chupava, comia com casca e tudo mais de dez limões cada vez que ia visitá-la. "Vai ficar azedo, guri!", ela dizia. Bobagem: azedo eu já era. E meu pai, como já contei em outra publicação, chegou a projetar filmes em Uruguaiana quando eu era bem pequeno. Mais tarde, quando passei a escrever roteiros, de alguma forma, o círculo se fechava, porque eu adorava mexer nos projetores e filmes que o pai trazia para casa. Sem dúvida, é uma das lembranças mais doces que trago daqueles tempos de guri. E não tenho muitas, não. Detestava ser criança. Aquilo de todos mandarem em mim era um porre. Lamento, mas não gostei de ser criança, não. Acho que já nasci velho, rabugento e “general” de mim mesmo. Receber ordem de alguém nunca deu certo, porque não tem “chefe” pior que eu mesmo: cobro de mim mais do que qualquer outra pessoa conseguiria.

Não sei por qual motivo não foi adicionado o sobrenome “Greco” na certidão de nascimento do meu pai. Acho que nem ele sabe explicar direito.

Meu nome, com todos os sobrenomes, seria: “João Felipe Fioravante de Freitas Greco Tavares”.

Eu adoraria ter esse nome pomposo, mas me registraram apenas como: “João Felipe de Freitas Tavares”. O primeiro nome foi por eu ter nascido num comecinho de noite de São João. O diretor tinha razão: podia ser bonito, imponente, mas não era um nome artístico.


De qualquer maneira, por me dar bem com a minha "vó" Isabel, adotei “Greco” para que o diretor parasse de me atormentar.


Mesmo assim, sem me avisar, ele mandou colocar nos créditos de abertura do primeiro filme: Felipe Grecco. Sim, com duplo “cê”. Quando vi, levei um susto. Mas ele se justificou:


“O filme vai para o exterior; fica melhor o Greco com dois ‘cês’”


Passada essa época do cinema, na primeira publicação, cortei um “cê”... e segui com este pseudônimo literário: “Felipe Greco”, que já tem até uma linha no dicionário mais utilizado na internet: 


https://pt.wikipedia.org/wiki/Felipe_Greco 

Esclareci tudo isso, porque, dias atrás, um jovem cineasta e também pesquisador de cinema me procurou para saber se eu tinha escrito esses filmes trashs na Boca do Lixo nos anos 1980/1990. Sim, fui eu.

Tá explicado?


sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Histeria coletiva




Dia desses, uma montagem feita com a embalagem do queijo Polenguinho para homenagear/reverenciar o álbum The dark side of the Moon (na minha opinião, um dos melhores) do Pink Floyd, causou revolta nas redes, pois foi recebida como uma apologia da homossexualidade, um desrespeito às famílias e toda aquela ladainha de quem está se deixando guiar mais pelo coração do que pela pela mente.

Essa “febre” de alguns mais fanáticos que satanizam as discussões sobre identidade de gênero é tão séria, que daqui a pouco fiéis serão proibidos de olhar para o céu quando surgir um arco-íris. O que é um belo espetáculo da natureza passará a ser “obra do demônio querendo impor ao mundo uma ditadura gay”.

Ah, pare com isso, amigo!

Uma coisa é não concordar, não gostar, não entender etc., outra bem diferente é arranjar desculpa para transferir aos outros um problema que, na verdade, é seu. Cada um tem o seu próprio desejo. Ou melhor: a sua própria vida. Cuide apenas da sua. Se não tem, arranje uma. Ou, no mínimo, leia melhor os livros sagrados (seja qual for a sua religião ou crença). Copiados de forma tendenciosa ou não ao longo dos séculos, os que são considerados grandes profetas aparecem nos livros sagrados pregando o amor, não a guerra. Os falsos profetas é que precisam pregar a ideia de pecado para poder vender o perdão. Sem culpa, sem medo do inferno e outras amarras inventadas para engessar os impulsos naturais do homem... igrejas, templos & afins ficarão às moscas.

Cuide da própria vida, que suas chances de felicidade e paz interior aumentarão – e muito!


segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A cruz ou a espada?



Se o ensino particular, os convênios de saúde e os serviços de segurança lucram muiiiiiito com a precariedade dessas áreas, qual governo seria capaz de melhorar isso? Como enfrentaria o interesse dos empresários que ganham fortunas com tais “problemas sociais”? Será que a elite financeira gostaria mesmo que seus herdeiros frequentassem escolas públicas de boa qualidade ou seus membros entrariam tranquilamente em filas de postos de saúde com ótimo atendimento? Ora, se até em avião, que, caindo, todos morrerão igualmente, há vários espaços delimitados conforme a quantidade de dinheiro que os passageiros trazem no bolso (ou já de berço), talvez as escolas e os postos de saúde de excelente qualidade também criem separações, tipo: classe A, B... Z.

É ingenuidade acreditar que este ou aquele governo poderá mudar os poderosos mecanismos criados há séculos para manter a casa grande bem distante/separada da senzala. A madame pode até (por compaixão, altruísmo, fingimento etc.) batizar o filho da empregada, mas daí a trazê-lo para a mesa da família na ceia de Natal ou incluí-lo no testamento com os mesmos direitos dos seus filhos... isso é raro.


É nessa “esperança” (quase infantil) que os aproveitadores de plantão jogam sementes falsas e espalham soluções mágicas. Os mais afoitos caem facilmente na armadilha.


Nosso analfabetismo funcional e político, mais que um “problema social”, é uma estratégia de poder muito antiga. Vem desde que os primeiros colonizadores colocaram seus pés aqui e forçaram os nativos a entregar a sua terra (e tudo o que havia nela). Ah, não esqueçam que a cruz veio junto. Sempre a “fé” vem a tiracolo para ajudar a legitimar as invasões. Quando alguém diz “estamos fazendo isso em nome de Deus”, pronto: acaba a discussão... e estamos ferrados. Com “Deus” não tem como discutir. Nunca teve, por piores que sejam os seus “desígnios”. O mais curioso é que os castigos “divinos” sempre têm maior peso para o lado dos mais fracos e/ou daqueles que se dão conta de que tudo isso é uma grande farsa para nos manter no cabresto.