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domingo, 21 de abril de 2013

Canto da guerreira Elza!


Ontem, Rô e eu fomos assistir ao show de Elza Soares (voz e violão), no Sesc Santo Amaro.

Quando compramos os ingressos, quase três semanas atrás, o teatro já estava praticamente lotado, pouquíssimos lugares ainda disponíveis.

No entanto, a casa, de fato, não lotou. Aliás, ficou bem longe de estar repleta. Isso, infelizmente, é muito comum em São Paulo em espetáculos gratuitos e/ou que recebem algum tipo de subsídio (como é o caso do Sesc; por isso, as entradas são mais baratas). As pessoas perdem tempo indo até a bilheteria para solicitar/comprar ingressos. Depois, simplesmente, não comparecem, nem repassam as entradas. E o artista fica lá, com aquela sensação, ainda que velada, de fracasso, de que já não consegue atrair grandes plateias.

Independente do dinheiro (repito, nos espetáculos do Sesc, Fiesp etc. os profissionais das artes já receberam seus cachês), artista quer público, aplausos, carinho. Sim, “carinho” é a palavra mais adequada nesses casos: no mínimo, há falta de carinho por parte dessas pessoas egoístas que retiram ingressos apenas por retirar. Atitude lamentável! Lamentável mesmo!

Mas a boa notícia é que estrelas do calibre da Elza Soares são “escoladas”. E ela deu um SHOW! É o canto da guerreira, que cala, fascina, encanta! Voz impecável, tudo perfeito! O tempo todo sentada, sem mais poder levantar para receber sua plateia (o que deve lhe causar maior frustração do que o “deboche” das poltronas vazias), porém cantando divinamente! Não é uma simples cantora, mas um espírito iluminado que, por acaso, veio dar um passeio por aqui, apenas para compartilhar seu brilho e nos encantar.

Obrigado, Elza, por você existir!


quinta-feira, 18 de abril de 2013

Das cópias (e de mim)

 
De repente, o medo (ou seria prenúncio do tédio?): não quero amanhecer (eu, o mesmo de sempre) amanhã! Tá repetitivo demais! Odeio cópias (ainda - ou mais ainda - que de mim mesmo)!

terça-feira, 9 de abril de 2013

Minha cartilha

Saudade, sentimos sempre ao longo da vida. Mas, com o tempo, vamos entendendo melhor o que significa, de fato, esse sentimento. 
 

   Fui alfabetizado com essa bela (porém um tanto melancólica) cartilha. Acho que tudo que sou e faço hoje tem a ver com esse início. É possível que a minha ficção (ou o que busco nela/com ela) seja uma tentativa de resgate desse tempo... Ou melhor: para arejar minha caixa interior de "guardados", revisito, reinvento e recrio memórias.
 

 No meu primário (1973 em diante), não tínhamos distribuição de livros gratuita (como observo agora na contracapa do Davi).
 

Nem merenda escolar!
Dava-se um jeito! 


Talvez por isso, digo, por conta dessa dificuldade em ter determinadas coisas, é que aprendíamos a dar valor ao material escolar... e ao "lanchinho" que, às vezes (nem sempre), levávamos na merendeira.



quarta-feira, 3 de abril de 2013

A vergonha do anjo


Em uma praça pública, logo após outro país da América Latina (dessa vez o Uruguai) ter aprovado a União Civil entre pessoas do mesmo sexo, esbravejavam os religiosos fundamentalistas:

"O casamento gay vai destruir as famílias cristãs!"

"A humanidade vai acabar, porque não haverá reprodução!"

"Gays são aberrações, seres anormais!"

Daí, o contraponto dos militantes da causa do amor entre iguais:

"Jesus casou, constituiu família e teve filhos por acaso?"

"Por ser 'normal' é que Jesus foi condenado à morte pelos mesmos que na época se diziam conhecedores e guardiões das leis divinas?"

"Seres 'normais' construíram obras grandiosas, desbravaram fronteiras, venceram doenças etc. ou ficaram apenas apontando o dedo para os 'loucos' que tiveram a coragem de fazer tudo isso pelo bem da humanidade?"

E tudo indicava que iria muito longe essa discussão sem fim...

Bem pertinho dali, na escadaria do suntuoso templo, um querubim, com um mendigo doente e faminto no colo, tapava os olhos e sacudia a cabeça, envergonhado.